mais uma primavera
e hoje eu senti que não posso mais com flores.
tantas tulipas, tantos cravos,
e só me resta o aroma barato
das que não podem viver.
e eu que nunca vivo,
não deixo que ninguém me sinta,
não deixo que ninguém me toque,
não almejo nenhum porre, baby,
mas quem é que consegue parar de beber?
se eu ainda escrevo,
se eu ainda troco dias por noites
se eu trago forte como antes
foi sorte de principiante
você me entende agora, mère?
você consegue me entender?
agora as flores murcharam
eu já não as sinto,
eu já não as toco.
foi pura mudança de foco,
quem murchou fui eu.
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