10 fevereiro, 2015

Deveria ter seu nome

Moça,
teus olhos já não mudam de acordo com o sol
nem teu lábios se apressam quando me veem
você partiu para além da margem
e eu ainda nem te decifrei.
O tempo passa rápido demais, menina,
eu não pude te alcançar.
Não sei o que você guarda debaixo dessa manga comprida
nem se no teu peito tem algum lugar
(que eu já não chamo mais de meu).
E meu sorriso continua sendo seu
e a gente corre de acordo com o céu
na linha reta entre duas solidões;
você foi minha entre as multidões
mesmo não saindo do papel.
Mas hoje o meu coração está tão pequeno
que o amor está sentindo dificuldade
e é das paredes do meu apartamento
que os vizinhos andam reclamando.
Não daquele nosso amor.

Quem de nós vai tentar um pouco mais?
É que eu não enxergo as diretrizes.

3 comentários:

  1. Gostei muito de ler este poema, e vejo me muito dentro dele.
    Tem um bom jogo de palavras, e dá para compreender bem o seu objectivo.
    Boa continuação com a sua arte. ;)

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