Olhei fundo para o meu enigma no espelho
e não me vi.
Passei despercebida pelos meus próprios olhos.
Eu, que tão mesquinha, nada mais fiz senão perceber.
Eu, que tão covarde, nada mais fiz senão me trancar
num peito escuro e fingir que existia.
Tão eu, que tantas vezes me mostrei como o exato oposto
do que realmente sou.
Mas se não sou o que realmente aparento ser,
como posso dizer que existo?
Se tudo é aparência,
se tudo é externo,
se tudo o que nos rodeia é o mistério do que somos?
Tentarei, portanto, decifrá-lo.
Eu, que tanto almejo por liberdade,
como posso ser prisioneira de mim mesma?
Como pode existir alguém que se nega a encarar a realidade?
Como posso ter medo da vida se só do que necessito é viver?
Se tudo é experiência,
se tudo é possibilidade,
se tudo é curiosidade do que eu posso querer ser?
Me deparei com o enigma mais difícil do mundo:
eu mesma.
E o que diria eu se encontrasse com o ser que reside
atrás daquele ser que se mostra?
Que se mostra forte, sério e racional,
mas que não passa de um ser frágil, fraco e passional?
O que sei é que não sou quem eu gostaria de ser.
Nem aquele que se mostra, nem aquele que se esconde.
Não posso dizer quem sou
se ainda não me encontrei comigo nos mistérios da vida.
Não posso dizer quem sou
se nunca olhei com verdade para o espelho.
Não posso dizer o que quero se não sei quem sou,
nem o que fui e tão pouco o que será de mim.
O que será de mim?
Mas se um dia, em algum lugar,
eu me encontrar comigo mesma...
Não saberei o que fazer.
Conheci seu blog por acaso dia desses. Foi paixão à primeira vista... Adoro o que você escreve. Às vezes me encontro nas suas frases ♥
ResponderExcluirnovavelhahistoria.blogspot.com.br
Que linda. Obrigada, moça. <3
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