
Eu sou o esfregar de dedos que escrevem:
Você não possui voz.
Você não possui pés nem caminho.
Por isso querem cortar tuas asas e te deixar no chão.
Você não se vê e tampouco se enxerga.
Você não se percebe e nem consegue reagir.
Querem te tirar a vida, mas você não tem nenhuma.
Eu apenas te livro do cortar de pulsos.
Eu apenas te livro da corda no pescoço.
Eu te livro e você nada me devolve.
Você não me merece
e eu ainda luto por você.
Quero que abra seu peito e se receba.
Quero que esfregue os olhos e se enxergue.
Quero que seja e apenas seja.
Quero que olhe para as próprias pernas
e veja o quanto cresceu.
Não há quem te livre de ser quem você é.
Você não vê a própria vida,
apenas sobrepõe os olhos e tenta imaginar.
Tua alma pede tempo
e eu já não tenho tempo pra você.
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