26 abril, 2015

aqui

então é isso, acabamos aqui. não aqui como se aqui fosse um lugar real e nós estivéssemos agora numa transição de pensamentos e encarando uma suposta despedida. digo aqui como se fosse o único jeito de meu cérebro e meus sentidos entenderem que você está indo. ou eu estou indo. mas um de nós está encarando uma partida e eu não sei ao certo se acolá será do mesmo jeito que está sendo aqui, agora. é nós nos despedimos nesse minúsculo espaço que se encaixa apenas nossa respiração entrecortada e nossos olhares que não sabem se direcionar a outro lugar a não ser nossos próprios olhos e eu não sei te dizer fica mais um pouco, quem sabe mais alguns meses ou anos. fica até nós percebermos que não está dando mais certo. mas enquanto está, fica. e você não consegue ser otimista o suficiente para ficar mais um pouco e dizer que as coisas ficarão bem caso nós ficássemos só mais esse tempo juntos e por aqui. porque acolá também estaríamos nos despedindo. seria uma despedida de qualquer forma porque foi no que pensei em escrever quando nos conhecemos e foi como uma espécie de adivinhação. não queria ter adivinhado essa partida, me perdoa. me perdoa por continuar escrevendo pra você todos os dias com a intenção de que permaneça por mais tempo e por aqui. vê se me carrega debaixo do braço como aqueles livros que caminham do teu lado e me leva pra todo lugar. seja aqui, seja acolá, seja em em qualquer direção. vê se não esquece de me mostrar teu novo caminho, teu novo endereço, tuas novas circunstâncias. mesmo eu não fazendo parte de nenhum dos três, de nada que te completa. me espanta essa tua calma e essa tua lucidez e essa bagagem que parece querer aumentar sempre. e agora eu procuro alguma esperança nos fios do teus cabelos que se distanciam e se distanciam tanto que se eu tentasse gritar, eles apenas se distanciariam mais. então eu penso que vou ficando por aqui, pensando se por acaso a gente se cruzasse e lembrasse da despedida de minutos atrás.

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