06 agosto, 2015

Eu escolho correr o risco


Eu sei, há gritos onde o silêncio reside:
Quero que se perca
Quero que se desfaça
Quero que se transborde em mim.
Ainda que exista espaço no meu peito,
Entre pelas bordas e se espalhe.
Eu escolho correr o risco:
Eu me acorrento em você como âncora em águas profundas;
Te faço afundar.
Eu me sustento em você como rio que não pede permissão;
Te faço invadir.
Eu me vejo em você, ainda que não seja espelho.
Eu me permito observar:
Por tudo que em você há de moreno,
Dos fios dos cabelos até aquilo que te resume.
Pelos conceitos que se mostram até o desejo que te escapa.
Por aquilo que, ainda que não se mostre, eu consigo observar.
Quero que se exponha
Quero que se permita
Quero que se agarre a mim.

Se teu coração estivesse à vista,
Diria que se abrisse e me deixasse entrar.
Eu escolho correr o risco
E te faço florescer.

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