Ela parte displicente,
calma e mudamente,
porque não houve sabor no fim.
Mesmo fria inteiramente,
comigo sempre esteve quente
-no momento em que a vi-
foi quando pude perceber
e percebi:
Ela veste cinza
e me ocorre lenta,
fica sempre em evidência
porque se despede
em cima de um pedestal.
Agora alta, me olha de cima
e me agarra amena,
com a boca meio turva
-mal pede licença-
e me beija no final.
Acha que está livre
-e não se arrepende-
mas só se prende a mim.
E mesmo presa,
tem os braços fora da camisa
quando me morde na saída
com o mundo fora de si.
Agora sou eu que grito
pra ela surgir no aflito
da janela.
E mal olha pra mim.
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