certa vez alguém me disse
que por mais profundo que seja o amor
um dia ele chegaria à superfície
e se perderia na praia.
mas eu sei que você,
por mais fundo que esteja,
sabe nadar.
e eu precisei aprender junto
porque eu via você transbordando
no canto inferior da sala
(pra que eu não visse
e reclamasse que você andava chorando demais)
e você andava.
eu precisei aprender a nadar no seu poço.
que era fundo e que mal me cabia.
que logo enchia e eu logo me afogava.
mas o que me faz nadar em você
é o amor que se faz de salva-vidas.
faz tanto tempo que a gente não se olha
que por alguns míseros segundos
eu tive a sensação que eu havia me afogado.
por isso, ainda que calada,
eu peço socorro.
peço que não me deixe agonizar lenta no seu poço
e me esqueça, gelada, dentro de você.
se tem algo maior que esse seu poço gelado
são os meus braços
que não aguentam mais não te sentir.
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