22 março, 2016

Letreiro luminoso

Havendo entrelaço
a saxofonia geme
o coração adoece
e ela, turbilhonante,  
não me aparece
pro último beijo.
Como um blues,
ela não reage
aos gritos  do público.
Fica de lado, no canto,
olhando pro fundo
de um olho
castanho.
(Que não vê).
Ainda que ria,
contrariada
ela não dá a mão
porque arde 
tocar em pele
que se confunde
com a dela.
Mas tem na testa
um letreiro luminoso
que não consegue
se esconder
de mim.

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