14 março, 2016

Nu

Quando se abre a porta do banheiro pra alguém entrar é generosidade demais ou apenas amor? apenas, apenas e só, eu repetia, é um pouco de loucura confundida. Com o quê eu descobriria mais tarde.  Eu deixei que a moreninha entrasse na minha frente, eu diria um pouco sarcástica que moreninha contrariada é essa que me empurra contra a parede? Eu esperava a limpeza com a língua do meu corpo sujo, vulgar e disfarçado no tecido molhado. Endurecidos, pedintes, seios fartos em boca conhecida que não bate pra entrar, só pede e clama em silêncio porque veja só o barulho externo é o que mais excita. Tão iniciante, tão aberta, descendo junto a corrente sanguínea. profunda, encharcada de suor alheio, endureceu junto com o que havia de mais rijo no meu corpo. eu diria até que a parede conversava com a palma das minhas mãos grudadas quando não puxavam os fios do cabelo castanho. Coxas se camuflam involuntariamente automaticamente vencidas de cansaço ou é o corpo querendo se esconder no outro? Então que completamente involuntárias as coxas morenas se revezavam entre descidas e subidas o quão é difícil e injusto definir o próximo movimento. Estendi-me em todos e o gosto salgado na minha boca não avisa quando quer passar. Súbita, paralela, olhos castanhos na minha pele nua também marrom e vencida, entregue. Me viciei naquele corpo suado de pernas abertas e ofegante, não dava pra continuar. Ainda encaixei fundo, pra quê, afinal, se adiantar numa explosão já esperada? Politicamente incorreta e diga- se que romanticamente também, respeitei as minhas lágrimas e profanei toda a nudez desconhecida. Alarmante, o corpo implorou repouso, eu soube dar minha carência pra menina prender no peito. Foi amor, eu sussurrei em seu ouvido, porque foi forte, doeu, mas não me fez chorar.

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