23 abril, 2016

eu vou quebrar teu protocolo

Se desconsidero friamente teus espasmos 
e vejo que a camada fina não se corrompeu
eu submeto aos meus dedos
a não esbarrar na tua pele
não suprimir os intervalos
nem esquentar o teu sachê.
Compareci a passeatas contra a tua fome
de governar meu latifúndio
sem acordo prévio com
a ponta da minha língua
com as esquinas da minha nuca
e minha região metropolitana
você não invade.
Você não se acumula nas minhas artérias
feito gordura saturada
que eu injeto aos sábados
no teu sono de meio-dia.
Você não me prega na parede
como uma obra renascentista
que não lucra ficando no chão
da minha casa.
Domingo eu te libero
pra pesar na minha coluna
lamber meu aparelho
e atacar minha fronteira
suspendendo o protocolo

do zíper da minha calça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário