
como se fossem dois extremos as dores
o silêncio palpável de carne, osso e fibra
e a essência da beleza andrógina
que corrobora com tua boca de flauta
ofusca, brusca
e todos nós sabemos que dói.
tímido fluxo do teu rio
encontra o mar que nem enchente
o amor que a gente dá é igual ao amor que a gente tem
mas você não se limita.
há uma lousa na tua pele
que dá pra definir com clareza o caminho da maré
e agora o teu caminho
com os mesmos ápices e os mesmos sulcos
fino o corpo de homem que consulta outro mesmo corpo de homem
pra saber se a cabeça inflama
e pra saber se a bebida queima quando passa pela língua
até que te deixe sem fala
sem tato e sem matéria
pra que eu nunca mais te toque, longe de mim.
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