é sobre seu toque essa secreção
é sobre sentir alívio e poder encostar a cabeça sem dormir
não sei quando efetivamente abri as pernas
nem desde quando engulo a seco
e esquento a água da bacia
não sei das infinidades que engasguei te desenhando
e fechando circunferências
mas eu sei que choro
sobre não haver vaga na janela e não poder te enxergar passando
sobre você brilhar em plenitude
em crepom dourado
e eu sentir sua boca nos meus dedos
e chorar porque estou viva e tudo dói demais
e tudo cresce enquanto abaixo a cabeça pra sentir seus cílios
eu poderia chorar pelas coisas se moverem
e eu aqui nessa inércia
me aproveitando do seu cheiro que impreguina na minha manga
eu poderia chorar pelo aspecto longo do seu cabelo
por perceber ele mudando gradativamente
e lembrar de quando doía menos
te ver abrir a boca pra falar meu nome
e te ver piscar os olhos pra me ver no escuro
e ainda
chorar, chorar compulsivamente
pelo mês que está por vir
Nenhum comentário:
Postar um comentário