você conversa sobre capital externo
e sobre lubrificação vaginal
como quem joga pedrinhas no rio pra destruir a inércia
e eu penso sempre em permanecer quieto
pra que você me jogue pedras
e me movimente
há sempre o desvio da congruência
e o sol da linha do equador
com você do outro lado da linha de telefone fixo
sentindo o mesmo calor que eu
e a mesma excitação
querendo o toque que todos vivem e se consomem
querendo o básico
mas sem conseguir
e não te ver todos os dias
como eu vejo os resquícios da globalização
e a afirmação das identidades de gênero
no cronograma na tv no muro pichado
não te ver dançando debaixo de chuva
se contraponto à misofobia de uma virginiana
não te ver assistindo a paródias
e lendo sobre orgasmos múltiplos
já sabendo que eles existem
é o mesmo que não me ver também
como se não houvesse espelho
tento entender sobre nosso amor
e todo o conceito pós moderno
e sobre a fluidez que eu descartava
e que hoje me consome.
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