
passe devagar entre as minhas pernas
não rejeite a possibilidade de alinhar esses teus cabelos em mim
e esse gozo prévio
talvez com essa tua lateral egípcia.
amor que não dura o que promete
e fixa
eu quero culminar na densidade desse gesto.
porque é assim que se vive o amor
com o cuspe grudado na mão
tornando-se viscoso na medida em que
o encostamos no rosto
quero que alguém me ame com o mesma saliva
presente na boca de um menino
que é onde eu me afogo.
eu quero repetir pra você que as coisas são enxutas demais
e as pessoas não bastam
e a transa não basta
às vezes é preciso cuspir no prato que se come
do alto, um corpo estranho ri de mim.
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