03 junho, 2017

hoje eu dei uma pausa na felicidade -e tudo bem

seu rosto se desconfigura na minha mente
não me culpo por amar como se ama as asas de um morcego
e se busca auxílio nos retrovisores dos caminhões
queria poder fugir numa dessas caçambas
porque sei que a publicidade se mantém indiferente
e já não vejo seus olhos veiculados na tv
sinto medo
e você nada tem a ver com a posição das estrelas.
inclusive, sei pra qual constelação apontaria
se eu criasse uma guerra contra essa cidade
contra a luz e o reflexo
e você, mais uma vez, nada tem a ver com as batalhas a olho nu
a menos com essa que travo contra o que me lembro.
não sei separar o amor do que eu vejo nos olhos do van gogh
aquilo que eu acreditava estar no seu cheiro
se resume àquela barba alaranjada
e eu me vejo me apaixonando pelo que não é físico
mas navegável.
confronto-me ao pensar que não é sobre você
é sobre as cores nas pupilas dos outros
é sobre a astronomia e eu pensar ser filha de omolu
você se foi
e meus poemas sobreviveram à grande catástrofe.

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