Não te deixo correr a favor desses olhos tristes
porque me é saudável a ausência desses pés gelados
que me fariam irregular e diluída
no poço esclarecido desse tempo.
Sou eu deitada na areia, porque me fiz intacta na tua mão
sem domínio, sem escândalo, sem piúba queimando pulso
eu e a estrela da morte
faríamos da tua face a minha face
e dos teus escrúpulos os meus escrúpulos
deformados, como pretendias.
Na postura desse vento, teu corpo imerge solto
eu poderia escancarar teu ventre no auge do teu dia
te fazer encarar as velas e pedir à mim na tua frente
inteira então, embora duplamente esquecida
consumir os teus restos
entrando pelos pulmões.
A respeito do fastio gerado pelo tempo: terei eu sido amamentada?
Eu deixarei que durmas mais uma vez em posição fetal
que é o meu reflexo
eu deixarei dormir o amor em panos quentes
porque teu refluxo é a sensação de ter perdido em mim
a beleza desse colapso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário