toque bruscosinto sem fogo o teu bilhete
sobre tragar embaixo duma pitangueira.
sobre penetrar embaixo d'água diante de
tantos outros dedos penetrando tantos mais buracos
-qual seria?
você pergunta se lavo meu umbigo com constância
e logo penso que seria esse o buraco
pelo qual você passaria.
penso que nosso amor acabaria com esse mesmo
último gole que você despeja na garganta
penso que seria tão efêmero quanto quando
você vira a caipirinha
mas -parece que não acaba.
eu agradeço.
você me agarra como se sentisse frio ao meio-dia
morde minha orelha e me afaga -não resisto.
há tantas dores que se escondem num litro de cerveja.
as minhas bastam dois dedos num copo de plástico
você reclama de como ando morgada e sem fôlego
e eu penso que meu tempo já passou.
já passou.
vou passar meses ouvindo smiths
até tirar essa porra de música ruim da cabeçal.
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