deitei minha cabeça no teu peso de existir
e ela afundou
não sei quando foi que perdi a verticalidade
e me afeiçoei aos teus pelos castanhos do peito
chorei ao encarar o desencontro das fivelas dos cintos
e ao perceber que meus poemas foram feitos pra sussurro
como as músicas da letuce
e o início dos dicionários
é possível lembrar da tua ânsia através dessa mão estendida
não tenho culpa de invejar os batons que você passa
e de viver o amor como se vive a asfixia
fechando a boca ao invés de tentar respirar
vivo apenas do contágio do seu bocejo
e quase nunca sinto que deveria dormir
já não gosto de como tua voz manipula os meus sentidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário