para cecília
eu prometo te beijar sem esse cheiro de cigarro
que vem queimando meu bolso de trás
e sujando minhas calças brancas de tecido sedoso
não tenho no lábio gosto algum criança
pra poder sentir o seu direito
foi te chamando pra um samba gostoso na rio branco
que eu deixei minhas pernas bambearem soltas
e a voz do cartola no ouvido me soou verdadeiro
te escrevo pés descalços gozo sinuoso pra que me entenda, bem
me aproximo calma com o dedo sujo de tinta
eu não fico de olho nos meninos morenos de cabelo grande
eu só ouço uns tal de lo-fi como se ouvisse a nona sinfonia
continuo te vendo de chapada na roda apesar de tudo
e mesmo se você me dissesse adeus num grafite pra que eu não esquecesse
eu só conseguiria te dizer como é desconcertante
com você no meu braço eu não teria medo da câimbra
e que você não tenha medo também de pousar sobre minhas veias portanto
não me baste aos sábados como se eu não vivesse os dias todos
inaugurando os espaços que não nos cabem
pelo menos não espremendo limões
e poder te chamar de avenue des ternes
ou talvez saint-honoré
e te deixar fazer carinho no meu pequeno ventre
com um gosto sutil que eu quero no meu braço
travestido de 51
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